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Entrevista: Parking no aeroporto de Lima

Com perto de 24 milhões de passageiros em 2019, o Aeropuerto Internacional Jorge Chávez de Lima é um dos principais aeroportos de América Latina. Para o operador do aeroporto, Lima Airport Partners (LAP), Parking é importante em termos tanto operativos – tem um alto fluxo de carros com um número limitado de estacionamentos – quanto econômicos – gera a 2ª maior receita não-aeronáutica. Entrevistamos a Arturo Vera, Head of Real Estate de LAP, para conhecer a operação mais em detalhe.

BPL: Arturo, muito obrigado por falar com BetterParkingLatam. Para as pessoas que não conhecem o aeroporto de Lima, conte-nos um pouco …

AV: Bem, o aeroporto de Lima é o 4º maior na América do Sul, tanto em passageiros quanto em carga. Em 2019 tivemos 23,6 milhões de passageiros, sendo superados por São Paulo Guarulhos e Bogotá El Dorado, e quase igual a Santiago Nuevo Pudahuel. O aeroporto conta hoje com um terminal aéreo e uma pista. Lima Airport Partners pertence ao Grupo Fraport, empresa alemã com operações aeroportuárias em todos os continentes.

BPL: E o negócio de Parking …?

AV: Nossa operação de estacionamentos tem aproximadamente 1.500 vagas em 3 segmentos: 60% da capacidade é para Short-Term Parking, perto de 35% Long-Term Parking e o resto Bus Parking. É uma operação muito menos complexa, menos segmentada que o Parking de Fraport por exemplo em Frankfurt.

BPL: O que é característico do Parking de Lima, comparado com outros aeroportos na região?

AV: Uma particularidade do nosso aeroporto é a importância dos táxis. Viajar de táxi não custa muito em Lima, do aeroporto aos distritos de San Isidro o Miraflores se pagam 20 dólares ou menos, é um mercado muito competitivo. Por consequência, os táxis têm uma participação muito alta no ‘modal split’ de transporte, perto de 60% dos passageiros do aeroporto utilizam o táxi.

BPL: E as Transportation Network Companies (TNCs) como Uber? São relevantes?

AV: Estão crescendo, hoje representam mais ou menos um terço do mercado de táxis. Estamos conversando com as TNCs, as convidamos a participar em concursos de compra, mas por enquanto não temos nenhum contrato fechado.

BPL: Quais são os principais desafíos – pensando na situação antes de Covid-19 – na operação de Parking em Lima?

AV: Um desafío pre-Covid relevante é a capacidade limitada de estacionamentos comparada com o alto fluxo de veículos que recebe o aeroporto. Em particular entre as 10 e as 12 da noite, freqüentemente tínhamos tráfego congestionado. Nosso terreno atual não nos permite crescer o Parking. E não podemos influenciar na demanda com uma modificação de preços, porque os preços do estacionamento estão regulamentados pela autoridade de transporte, OSITRAN, e já estamos no valor máximo autorizado de 7 soles (um pouco menos de dois dólares) por hora.

BPL: Falemos do coronavírus – quál foi o impacto na operação do aeropuerto e do Parking?

AV: A pandemia teve um impacto dramático em nossos negócios. As autoridades declararam primeiro um fechamento total do aeroporto para passageiros, só havia voos de carga. Recentemente à metade de julho permitiram realizar (uma parte dos) voos nacionais. A partir do 5 de outubro estamos autorizados a atender voos internacionais de até 4 horas de distância. Ou seja, no estacionamento tivemos 4 meses práticamente sem nenhum cliente, e depois com a apertura parcial uma ocupação que não chega nem ao 10% do que era o Parking antes.

BPL: Cómo está organizado agora o acesso?

AV: Com a pandemia nós vimos obrigados a impor um controle de acesso muito restritivo: a entrada ao terminal está limitada exclusivamente a passageiros, não podem entrar acompanhantes. Os veículos são controlados já na entrada ao terreno do aeroporto. Os autos que chegam sem passageiro obrigatoriamente têm que ir ao estacionamento, e o motorista – seja familiar, taxista o motorista de táxi aplicativo – precisa ficar dentro do carro, não pode sair. Os carros com passageiro são guiados à pista livre para o drop-off. Se no veículo tem mais pessoas além do motorista e do viajante, elas precisam descer e ficar fora do terreno do aeroporto. Além disso, OSITRAN nos autorizou proibir o pick-up de passageiros na pista livre.

BPL: Essas regras de acesso devem ter um impacto forte no Parking …

AV: Efetivamente, a participação de Parking no ‘modal split’ de transporte claramente caiu, pelo menos uns 5 pontos percentuais. Por outro lado, a participação dos táxis oficiais do aeroporto subiu.

BPL: Quais outras medidas tomaram na operação de estacionamentos?

AV: Implementamos também a ferramenta Apparka do nosso operador, Los Portales. É uma App de pagamento que permite ao cliente pagar o estacionamento diretamente no celular, sem ir ao terminal de pagamento. Com isso temos menos pontos de contato físico e menos exposição nas linhas de espera.

BPL: Qual é sua expectativa, Arturo, quando podemos ver uma normalização dos fluxos?

AV: O cenário que temos na LAP é semelhante ao da aviação em geral, é que só no fim de 2025 – ou até mais tarde – voltamos a ver um nível de passageiros e fluxos como o tínhamos antes da pandemia.

BPL: Para terminar, como vai o projeto de expansão do aeroporto de Lima?

AV:         Los componentes principales del proyecto Nuevo LIM son una nueva torre de control, una segunda pista de aterrizaje y un nuevo terminal. La torre ya se está construyendo y el contratista a cargo de la construcción de la pista fue adjudicado en agosto. Asimismo, LAP ya logró el financiamiento de la misma en este mes de septiembre. El nuevo terminal estará en el sector de Santa Rosa, alejado del terminal actual. Nuestro plan es abrirlo al menos dos años posteriores a la puesta en operación de la nueva pista. Otro aspecto importante del proyecto es que el tamaño del terreno bajo concesión nos permite desarrollar un Airport City con oficinas, zonas logísticas, Retail, una oferta hotelera más amplia etc.

BPL: Como será a operação de Parking no novo terminal?

AV: Será um Parking mais moderno e mais completo. Fizemos um análise detalhado com impaktum, e uma das conclusões é que vamos segmentar mais nossa oferta de estacionamentos. Desenvolvimos uma estratégia comercial para oferecer a nossos clientes – além dos segmentos que existem hoje – um Premium Parking, um Long-Term Parking de baixo preço, um estacionamento dedicado para motocicletas, e alguns serviços adicionais.

BPL: Arturo, muito obrigado pela entrevista, boa sorte e sucesso com o projeto de expansão e com a recuperação do negócio!

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